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A presença de obesidade aumenta a vulnerabilidade a infecções. Análises recentes sobre o perfil dos pacientes que contraíram a COVID-19 têm mostrado uma evolução mais grave e maior mortalidade entre aqueles com excesso de peso.

 

Indivíduos portadores de obesidade apresentam maior concentração de citocinas pró-inflamatórias produzidas principalmente pelo tecido adiposo visceral, gordura localizada na região abdominal. Esse estado de inflamação crônica resulta em uma resposta imune prejudicada frente a uma infecção viral. A ativação reduzida de macrófagos (células de defesa) após a apresentação de um agente infeccioso explica a menor resposta vacinal em indivíduos obesos.

 

Além disso, os altos níveis de leptina (uma adipocina pró-inflamatória) e os baixos níveis de adiponectina (uma adipocina anti-inflamatória) encontrados em pacientes acima do peso contribuem para a desregulação da resposta imune.

 

Outro problema importante entre indivíduos com obesidade é o sedentarismo ou o baixo nível de atividade física. A atividade física reduzida prejudica a resposta imunológica contra agentes infecciosos em várias etapas da resposta imune, incluindo a ativação de macrófagos e a inibição de citocinas pró-inflamatórias. Já a realização regular de atividade física é capaz de reduzir o risco de complicações entre indivíduos com infecção ao fortalecer a nossa imunidade por múltiplos mecanismos.

 

Também é importante considerar como causa potencial para uma evolução menos favorável entre indivíduos obesos a ventilação pulmonar prejudicada por questões mecânicas relacionadas ao excesso de gordura localizada na parede torácica.

 

Em síntese, o ambiente hormonal desfavorável associado a uma resposta defeituosa do sistema imunológico e o sedentarismo são os principais determinantes da gravidade da infecção viral em pacientes portadores de obesidade.

 

Nesse momento, medidas simples e efetivas que podem ser incorporadas para melhorar as nossas defesas consistem em perda de peso (benefícios já são evidentes mesmo com perdas discretas) e a prática regular de exercícios, ambos com efeitos benéficos comprovados sobre a nossa imunidade! 

 

Referências 

1. Risk of COVID‐19 for patients with obesity. Obes Rev 2020 Jun;21(6):e13034

2. Influenza and obesity: its odd relationship and the lessons for COVID-19 pandemic. Acta Diabetol 2020 Apr 5 : 1–6.

 

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